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sábado, 15 de abril de 2017

Ser ou não ser au pair. Eis a questão! Vale a pena ser au pair?

A difícil decisão em optar ser ou não au pair passa pela cabeça de milhares de pessoas todos os anos. Por um lado, os preços são atraentes e a possibilidade de viver em solo estrangeiro é bem interessante para aqueles que querem viver novas experiências. Por outro lado, ficar longe da família e amigos e ainda morar com pessoas que não se conhece bem, parece ser assustador.

Ser ou não ser au pair. Eis a questão. Seria muito fácil responder a essa indagação com um SIM ou um NÃO, certo? Nope, sinto muito. Erradíssimo. São tantas coisas para serem consideradas que seria imaturo e preguiçoso limitar toda complexidade envolvida em apenas uma resposta curta.

É importante se perguntar se o programa vai atender ao que você procura, e se você está disposta(o) a viver as regras do programa.

Certa vez, assistindo a um vlog que discutia sobre o quão vale a pena ser au pair, (infelizmente não o encontrei) a vloger disse algo que me deixou inculcada. Ela afirmou que a au pair é alguém que está fugindo de algo. Seja o algo que for. Pode ser que a pessoa queira fugir de sua realidade, seu trabalho, seus pais rígidos, talvez a fuga seja de si mesma, e por aí vai. Num primeiro momento, achei até meio agressivo e minha reação foi responder para ela (isso mesmo, eu estava falando com o computador) "isso não faz sentido algum, eu não fujo de nada e sequer preciso de qualquer razão para ser au pair, a não ser pelo simples fato de querer e ponto final". Aquilo não saiu da minha mente, até poder assistir ao vídeo novamente no dia seguinte. Parecia que algo havia mudado. Eu, no fundo, reconhecia que ela tinha razão. Minha vida era ok. Sou amada, tenho centenas de amigos. Uma família linda que amo. Tenho a profissão que almejei ter. Longe de ser tudo perfeito, sempre enfrentei um trilhão de problemas, mas num balanço geral, minha vida era boa. Do que eu fugia? Ora, era disso tudo mesmo. Era de ser tudo okay. Sentia uma necessidade enorme de poder viver outras situações e ver se ficaria tudo okay ou mais okay do que o okay usual. hahaha. Talvez houvessem outras fugas, mas dessas me dou o direito de guarda-las comigo. Então, se hoje alguém me perguntar se vale a pena ser au pair, eu posso responder com força "VOCÊ QUER FUGIR DE ALGO? ENTÃO, SIM. MANDA A VER".



Aquele blá blá blá de aprender de verdade a Língua Inglesa é real e vale muito a pena, mas sinceramente, se você desconsiderar tudo ao redor e achar que isso pode ser uma exclusividade, sinto muito, corre um grande risco desse programa não ser o melhor para você. Óbvio que o inglês melhora e melhora muito. Eu até achava que arranhava o inglês. Isso até chegar nos EUA e entender uns 15% do que as pessoas me falavam. Mas, de um modo rápido e nem sei ao certo quando isso ocorreu, passei a entender o locutor do rádio, também os filmes, e claro, as pessoas em geral. Foi um sucesso interior. Que satisfação poder me comunicar em inglês! Quer dizer, SE VOCÊ TEM INTERESSE EM APRIMORAR SEU INGLÊS, ESSE INTERCÂMBIO É PARA VOCÊ. O problema é que ser au pair vai além de sair por aí falando e escutando inglês. Ou seja, "VOCÊ COLOCA COMO EXCLUSIVIDADE APRIMORAR O INGLÊS? ENTÃO, NÃO, ESSE INTERCÂMBIO NÃO É PARA VOCÊ".  Eu sei que pareço até cruel falando assim, mas sinceramente, tendo isso como exclusividade (veja bem, eu não disse prioridade), você poderá se frustar e muito, caso não considere as demais coisas.

Mas que raios de demais coisas são essas?




Em primeiríssimo lugar e sendo o paraíso ou o inferno de muitos, no programa de au pair você, essencialmente, cuida de crianças. Isso mesmo, a maior parte de seu tempo nesse intercâmbio é limpando bumbum, alimentando, lavando e guardando roupas, dando carona, arrumando o lanche da escola e assim por diante. Aquela pessoa que não gosta de crianças, poderá se sentir bem frustada. Por isso, para ser au pair, é importante ter em mente que você cuidará de crianças, assim que você gastará a maior parte de seu tempo e que os responsáveis delas quererão que você "goste" de fazer isso. VOCÊ NÃO SUPORTA CRIANÇAS? ENTÃO, NÃO. FUJA ENQUANTO HÁ TEMPO"



Não menos importante, é o fato  que você estará incluída numa nova cultura, o que significa que para sofrer menos e aproveitar mais, é essencial que entenda que nem tudo será como você está acostumada. Ora você pagará mico, ora ficará com raiva e ainda tem aqueles momentos que você não entende nada. A descoberta do diferente, também poderá fazer com que você entenda melhor o outro e entenda a si própria (sei que parece até filosófico, mas é verdade... quem sabe um dia desses dedico um texto só para isso).  VOCÊ GOSTA DA IDEIA DE VIVER UMA NOVA CULTURA? ENTÃO, SIM. ENJOY IT!


Não é só a cultura que é diferente, viver na casa de uma outra família é um desafio. Creio que seja o maior de todos na vida da au pair. Imagine se você tem uma chateação na empresa em que trabalha. Vá para a casa, passe um final de semana delicioso e se renove para encarar os problemas no trabalho. Pois é... a au pair não tem disso, simplesmente você mora onde trabalha :O  Simpirilim. Mas não é só isso, você está longe de seus amigos, seus pais, você está com você mesma e terá que enfrentar os problemas grandes e pequenos de uma maneira que você não enfrentava em sua zona de conforto, no colo daqueles que te conhecem muito bem. VOCÊ NÃO PODE SAIR DA ZONA DE CONFORTO? ENTÃO, NÃO. VAI SER DIFÍCIL PARA VOCÊ LIDAR COM QUASE TUDO. MAS, REPENSE, TALVEZ VALHA A PENA ENFRENTAR O NOVO .

A saudade que se sente dos amigos, familiares e da comida pode ser muito mais forte do que você imagina. Tem dias que dá vontade de sair correndo, gritando  - como uma louca - e entrar no avião. O bom que é na vida da au pair, creio que se encaixe bem aquele dizer "depois da tempestade vem a calmaria". O outro dia parece ser mais fácil e o coração acalma.

Ainda me dói pensar no meu rematch, pensar nas vezes que queria minha família e amigos ao meu lados. Das saudades que tinha da minha mãe. As vezes dava um desespero... vontade de sair gritando e pegar o primeiro avião (com destino a felicidade hahaha). Era difícil lidar com a a Host que queria "economizar" comida comigo.  O cansaço era enorme quando eu trabalhava mais do que eu deveria ou quando a vó da Host me tratava mal. Tive dias tão difíceis dos quais eu me questionava "O que estou fazendo aqui? Eu não preciso passar por isso."

Foram muitas dores, foram dias difíceis em que eu só pensava em desistir. Entretanto, foram dias de muita aprendizagem e de muitas risadas. 





Eu ainda lembro vivamente das viagens que fiz. Quando estava em frente  White House. Quando conheci montanhas lindas em North Carolina e Arkansas.Apreciei as lindas praias da Carolina do Sul. Quando vi as estações mudarem, as folhas laranjadas e vermelhas, a neve dificultando meus passos. Fui na Central Park em NYC e lá me desenharam. Vi o quanto acho parecido New Jersey e New York Fui nas Baladas de DC e de Maryland. Fui no show do Aerosmith na Virginia. Senti amor no Thanksgiving e medo no Halloween. Abracei tantas culturas e ouvi muitas línguas. Estudei sobre drinks e visitei museus. Recebi amor de criancinhas que corriam para me dar um abraço quando eu começava meu trabalho. Vivi (e vivo) um grande amor. 

Fiz amizades, fiz memórias e fiz muita história
.Tudo isso é real e muito. Também são reais as viagens. Os amores e desamores. As risadas das crianças. As saudades gostosas. A (re)construção de um novo ser cheio de novas experiências e que nunca mais será o mesmo. O aprendizado. O mundo da au pair só a au pair pode sentir como é.

Que coisa né... e daí? Vale a pena ser au pair. Eu não poderia responder SIM ou NÃO, porque simplesmente, resposta não há. Cada experiência é única, cada criança é um ser em particular, cada família tem suas singularidades. Nunca conseguiria aceitar que ser au pair é perder tempo. Isso não. Não sei se para a Marília, a Júlia ou a Carol valeu a pena. Não sei quais foram suas dores, seus risos. Não sei como será para a Beatriz. Mas sei que só poderá saber, se tentar.  Aí, cada um deve avaliar o quanto arriscaria um ano para ser um dos melhores ou piores de sua vida.

No final das contas, pode ser que você não goste de cuidar de crianças, que você queira - como exclusividade - aprimorar o inglês, até mesmo pode ser que você esteja nem aí para conhecer uma nova cultura, e ainda assim, ser a melhor experiência da sua vida.

Eu chorei, eu sofri, eu ri, eu conheci e reconheci. Não foi fácil e longe de ter sido um mar de rosas, no entanto,  para mim, valeu a pena e valeu muito. Cada choro foi compensado pelo dobro de risadas. Cada sofrimento foi ofuscado pelos conhecimentos. EIS QUE FUI AU PAIR!



Confira no vídeo abaixo 5 pontos positivos e 5 pontos negativos na vida de Au Pair :)










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