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sábado, 15 de abril de 2017

Entrevista para o Visto Americano J1 - Au Pair.

Quando eu comecei o processo de Au Pair, já tinha quase 27 anos. Por isso, imagine só a correria e ansiedade que eu passei. Não vou delongar nesse assunto, pois já contei isso em outro texto.. O que preciso destacar é que a ansiedade foi muito grande  e passar pela entrevista para tirada do visto J1, foi um dos momentos mais difíceis que passei.

Eu decidi ir para Brasília tirar meu visto. Como em minha cidade não tinha embaixada, eu precisaria optar entre Brasília, Rio de Janeiro, Recife e São Paulo. Minha lógica foi: Já conheço São Paulo, para Recife sairia mais caro na época, quando eu for para o Rio de Janeiro, quero gastar pelo menos 5 dias, quero conhecer a capital do meu país e dois dias de passeio já será bem legal". Além disso, eu tinha lido em blogs muitas coisas positivas a respeito de Brasília quanto ao atendimento e organização. Logo, escolhi Brasília.

Eu fiquei encantada com a cidade e parecia estar vivendo as músicas do Legião Urbana - a banda que mais me influenciou e mais ouvi na adolescência. Fiquei na casa da tia de um amigo meu que foi muito solícito e me ajudou demais. Afinal, eu já estava gastando tanto dinheiro com o programa e o fato de ter que fazer a entrevista em outro estado, fez com que meu visto ficasse bem caro.  Eu fui muito bem atendida pelo meu amigo, achei Brasília linda e tive uma viagem maravilhosa.


Para tirar o visto, é preciso reservar dois dias, um para tirar a foto e outro para a entrevista. No dia de tirar a foto, foi tudo muito tranquilo. Embora eu nunca tivesse ido à Brasília e ser muito burra para direções, eu não tive dificuldade alguma. Brasília é muito organizada e mesmo pessoas como eu conseguem se localizar. Eu estava em uma área denominada Setor Habitacional e precisaria ir para o Setor Comercial, então dentro de um Shopping (não me lembro mais o nome), tiraria a foto. Peguei um ônibus para ir até o shopping e foi tudo muito tranquilo, pois tinha placas em todos lugares e eu já tinha estudado o mapa de Brasília que alias é muito fofo, pois tem formato de avião e por isso é chamado de Plano Piloto. Cheguei ao local, fui atendida exatamente no horário marcado, tudo foi extremamente organizado. Triste foi ver minha foto. O rapaz (brasileiro) que me atendeu, pediu para que eu não sorrisse e não foi favorável ao meu pedido de tirar outra foto. É lamentável ver a feiura que a foto ficou.

No dia seguinte, fui até a embaixada para fazer a temida entrevista. Eu me lembro que tinha dormido super mal na noite anterior por causa da ansiedade.  Eu estava morrendo de medo de ter o visto negado, porque além de não ter mais dinheiro para isso, eu estava com quase 27 anos e, provavelmente, não teria tempo para tentar de novo. Dessa vez, decidi ir de táxi e fui a diversão para o taxista naquele dia. Eu tinha tantas ânsias, meu grau de nervosismo era super alto. Lembro-me de ter aberto a janela do carro e ficar com a cara quase para fora no caso de começar a vomitar. Fala sério! Eu não queria ter imprevisto algum e estava super nervosa. Cheguei cerca de 20 minutos antes do horário marcado e tive que esperar meu horário para ser atendida. Deixei tudo no lugar onde eu estava hospedada, pois não queria gastar dinheiro com guarda-volumes e não podemos entrar no local com nada, exceto as documentações necessárias.

Já dentro da embaixada, depois de passar por todas as burocracias concernentes à segurança, esperei cerca de 15 minutos para ser atendida - que no dia, pareciam 3248324723482 horas. O rapaz que me atendeu parecia um pouco com indiano, creio que fosse sua ascendência. Ele começou a entrevista com um bom dia agradável e sorriso no olhar. Isso já me deixou bem mais aliviada e à vontade.


Ele começou a entrevista perguntando como eu estava e se tinha parentes nos Estados Unidos. Como minha irmã já morava lá há algum tempo, falei sorridente que ela morava lá e mal via a hora para visita-la. A partir daí, a entrevista foi em torno da minha visita à minha irmã. Eu achei curioso e até engraçado ele falar tanto sobre isso e deixar o programa Au Pair de lado, mas tentei ir respondendo o que ele perguntasse e pronto. Ele fez perguntas como "Quais os lugares que você mais gostaria de conhecer nos Estados Unidos?", "Onde sua irmã mora?", "O que ela faz?"e etc. Também, tiveram perguntas de níveis pessoais, tais como "O que você faz?" e "Você fala inglês?" Após responder que falava um pouco de inglês, ele passou a conversar comigo apenas em inglês. No decorrer da entrevista, ele perguntou onde minha irmã morava e eu respondi o lugar onde ela morava na época, Carolina do Norte. Depois de um tempo, ele perguntou onde eu ficaria nos Estados Unidos e foi surpreendido com a minha resposta: Maryland. "Como assim, Maryland? Se sua irmã mora na Carolina do Norte, por que você vai para Maryland?", ele perguntou. Foi então que entendi que a entrevista estava tomando o rumo para o turismo, não o Au Pair."Bem, eu serei Au Pair em Maryland, mas nas minhas férias, com certeza vou à Carolina do Norte visitar minha irmã", eu respondi. "Ah, sim! Você quer ser Au Pair", ele retrucou. Quer dizer, até aquele momento, ele não tinha se ligado que eu seria Au Pair, eu não sei se ele não leu meu processo ou apenas se distraiu (com minha beleza hahahah, brinks). No final das contas, já estávamos no final de nossa entrevista que foi super rápida (menos de 10 minutos) e ele fez poucas perguntas sobre o Programa Au Pair, tais como "Por que você decidiu ser Au Pair?", "Quantas kids você cuidará e a idade delas?", "O que seus Hosts fazem"? e etc.  Recebi um SIM! E nem vou perder meu tempo tentando descrever minha felicidade, pois as palavras não seriam o bastante.



Uma das coisas que acho importante destacar é sobre falar sempre a verdade. Algumas pessoas falavam para eu negar que tinha parentes nos Estados Unidos. Eu não sei se seria algo negativo se outro agente tivesse me atendido. Porém, prefiro optar pela verdade. E, no final das contas, deu tudo certo. E mais, quando estamos mentindo, podemos falar coisas sem pensar bem. Ele perguntou de duas maneiras diferentes para onde eu estava indo. Imaginem só se eu tivesse mentido para ele, ele teria me pegado naquela hora.

Seja como for, voltei para casa tão aliviada e já comecei a pensar nas malas, nas saudades e nas experiências que iria viver. Meu passaporte chegou em minha casa por correio, cerca de uma semana depois da minha entrevista e em pouco dias embarquei para os Estados Unidos para ser Au Pair.







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