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quinta-feira, 30 de março de 2017

Au Pair - Iniciei meu processo com 26 anos e agora?

Quando eu realmente decidi ser Au Pair, já tinha quase 26 anos e o pior de tudo, não tinha carteira de motorista. Vários fatores me levaram a ainda não ter minha carteira, entre eles, eu admito que sentia um pouco de medo e insegurança de dirigir. Não faço ideia do porquê já que nunca sofri um acidente de carro nem nada parecido. Seja como for, era preciso tirar a tal da carteira e lá fui eu correr atrás do prejuízo.


Além de ser caro tirar a habilitação, minha cidade é considerada um dos lugares mais difíceis para se tirar uma carteira de motorista. Algumas pessoas viajam para outro lugar para fazer isso, embora não seja algo super comum. Seja como for, tirei minha carteira depois de muiiiiiitas aulas práticas. E, para minha felicidade, fui aprovada na minha primeira tentativa.



Inicie meu processo pela CC (Cultural Care), passei um ano inteiro simplesmente com muito azar em relação as famílias que em entrevistaram, conforme o texto, Au Pair - Entrevistas coma as famílias - Cultural Care.

Conheci a Cultural Care por uma indicação de uma amiga minha que já era Au Pair na época. Com ela, consegui o número de uma pessoa que representava a agência na minha cidade e tinha uma salinha numa escola de inglês. Ainda no início do meu processo, a CC deixou de ter a tal salinha na escola e quando precisei fazer minha entrevista com a agência. A agente que representava a CC na minha cidade, me convidou para ir até a casa dela, onde fizermos a entrevista e o teste de inglês. Ela sempre foi bem solícita e tinha um conhecimento muito grande sobre todo o processo de Au Pair. Lembro-me que ela tirava todas as minhas dúvidas e eu sempre tinha muitas, além disso, me deu dicas que foram válidas durante toda minha vida de Au Pair. Ela era bem direta e sem muitos rodeios, mas sempre prestativa. Assim sendo, inicialmente, estava vivendo uma "lua de mel" com a CC.

A primeira família que entrou em contato comigo foi depois de uns dois meses que eu estava online e como toda aspirante a Au Pair, eu já estava estressadíssima. Não me esquecia um minuto de que logo eu teria 27 anos e não poderia mais ser Au Pair nos EUA. Eu vive uma verdadeira novela em relação ao meu ano para encontrar a família ideal pela CC. Quando já faziam uns seis meses que eu estava no processo e nada de conseguir uma família, conversei com a "minha agente" e advinha? Ela não poderia mais me ajudar. Ela disse que a partir daquele momento, meu atendimento seria apenas com a agência e haja vista que não havia um espaço físico na minha cidade da CC, meu atendimento passou a ser totalmente online. Quando me comuniquei com a empresa, fui apresentada a uma moça que seria responsável por todo o meu processo. Ela me sugeriu fazer um novo teste de inglês, já que o primeiro tinha atingido a menor nota aceita. Fiz o teste online e adquiri uma nota melhor (de fato, estava estudando mais e mais para melhorar meu inglês). Não adiantou muita coisa. Eu realmente não conseguia ter sucesso com as poucas famílias que entraram em contato comigo.



Quando faltavam mais ou menos quatro meses para eu não poder mais tentar ser au pair (por causa da minha idade), decidi me inscrever também na APC (AuPairCare). Seria meu último tiro. O tempo estava passando e logo eu não poderia mais ser Au Pair. Lembro-me que para entrar no processo, tive que assinar um termo no qual eu reconhecia que tinha apenas 3 meses para encontrar uma família e fui informada sobre minha deadline (dia limite). 

A APC é representada pela CI na minha cidade e pude ter um contato mais humano com a empresa.  As agentes foram todas muito muito muito queridas comigo. Minha representante também tinha sido Au Pair e me encheu de conselhos. Nós ficamos amiguinhas e até hoje conversamos pelo Facebook. Eu não precisava de tantas informações burocráticas, uma vez que já estava no processo da CC. Às vezes, recorria a minha agente caso houvesse uma novidade que eu não sabia ao certo ou se tinha alguma especificidade da APC. Ela sempre foi muito solícita comigo e caso não soubesse ao certo a resposta, encarregava-se de se comunicar com a agência matriz e logo me repassava detalhadamente as informações.

Tendo 3 meses para encontrar uma família e inscrita nas duas empresas, comecei a acredita um pouco mais que seria possível ser Au Pair, no entanto, ao mesmo tempo o coração disparava ao pensar que tudo parecia uma bomba-relógio e o tempo não parava.

Depois de conversar com algumas famílias, fechei com uma família que tinha duas garotinhas e que morava no Brooklin. Não pude acreditar! Pensa bem... morar no Brooklin, quase me senti dentro dos filmes e séries que assistia. Faltava apenas uns nove dias para minha deadline e eu havia encontrado uma família. Poderia ser mais emocionante? Sim! Poderia! Uns dois dias depois de "fechar comigo", a minha ex-futura Host Mom, falou que precisaria de um prazo maior para pagar o que a Agência da APC estava pedindo para ela e que não seria possível que eu fosse a Au Pair dela por causa da minha maldita deadline. Chorei muito, muito mesmo. Minha mãe super triste de me ver daquele jeito, olhou para mim e disse "Larga de ser besta, você ainda tem uma semana pela frente". Isso não me consolou muito não, tanto que respondi "Mãe, sério?! Se em um ano e ainda em duas empresas eu não consegui, não é em uma semana que vou... é o fim e pronto." Mas, sabe como são as mães, elas sabem das coisas... Minha mãe me respondeu "Eu sei que é uma semana e uma semana pode acontecer muitas coisas, enquanto você tiver um dia que for, ainda terá chances de encontrar sua família." E foi exatamente assim, eu encontrei minha família ou, pelo menos, reencontrei minha família na última semana que poderia.



Uma Host Family que havia conversado comigo um mês e meio antes da minha deadeline, entrou em contato comigo novamente 3 dias antes da minha deadline dizendo que havia conversado com outras garotas e que queria fechar comigo. Sério... sabe aquilo que dizem que o tempo pode estar lindo, mas quando a mãe diz que vai chover, corra para pegar o guarda-chuva? Sério... peguem o guarda-chuva. Apareceu uma Host Family fechando comigo quando faltavam fucking três dias para minha deadline o/ . Para ficar só um pouco mais emocionante, minha host falou comigo no dia anterior da minha deadline, informando-me que estava fazendo de tudo para fechar comigo e a APC estava fazendo sei lá o que atrapalhando isso. Fiquei super angustiada. Será possível que eu não conseguiria isso? Finalmente, no último dia da minha deadline, minha Host Mom conseguiu fechar comigo e recebi um e-mail da empresa confirmando meu match. Além disso, minha agente (da minha cidade) comemorou comigo vendo que o quase impossível, não é impossível. Dá pra conferir como foi minhas entrevistas com a APC no texto Au Pair - Entrevistas com as famílias - AuPairCare.

Depois disso, tinha mais emoções por vir. Bem, eu precisaria do meu visto e se meu visto fosse negado, eu não teria tempo algum de conseguir tentar um novo. E seria o fim de tudo. Apressei-me e corri atrás do visto. Fui à Brasília e lá tirei meu visto. Quando recebi o sim, foi tão tão tão emocionante. Parecia surreal. Eu ter conseguido o match no último dia e o visto no dia certinho.

Como estava bem em cima da hora e eu não poderia chegar nos EUA com 27 anos (poderia até com 26 anos e 364 dias, mas não com 27), fiquei super ansiosa para ter meu passaporte lindinho com meu visto mais lindinho ainda em mãos. Meu passaporte chegou no dia certo. UFA! Três dias antes de eu embarcar.

Chegou o grande dia! Finalmente estava prestes a entrar no avião. Eram tantas emoções e lágrimas. Ver minha mãe chorando de saudades antecipadas nunca foi fácil. E fui feliz fazer o check-in. Eu havia esquecido toda minha documentação em casa. Acredita? Eu não. Meu padrasto e primo correram e trouxeram meus documentos. A saída do voo já estava sendo anunciada e consegui entrar no avião sem atrasar ninguém, apenas cheinha de sentimentos, pensando nas pessoas que eu sentiria falta, nas pessoas que eu conheceria e em tudo que havia de viver. Cheguei nos Estados Unidos dia 26 de agosto de 2013, dia do aniversário da minha cidade. Fiz 27 anos dia 9 de setembro de 2013.

Tornei-me Au Pair.

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